terça-feira, 25 de setembro de 2012

Uso de probióticos


Os probióticos são alimentos suplementados com microorganismos vivos e que, consumidos regularmente em quantidades suficientes, devem produzir efeitos benéficos à saúde e ao bem estar; além dos efeitos nutricionais habituais que beneficiam o hospedeiro por meio da melhoria no equilíbrio da microbiota intestinal (Fuller, 1989; Gibson; Roberfroid, 1995; Henker et al., 2007).
A influência benéfica dos probióticos sobre a microbiota intestinal humana se deve ao aumento da resistência contra patógenos, estimulando a multiplicação de bactérias benéficas ao hospedeiro, reforçando os mecanismos naturais de defesa (Puupponen-Pimiä et al., 2002).

Os probióticos mais utilizados são estirpes de bactérias produtoras de ácido láctico como Lactobacillus  e  Bifidobacterium fazendo parte dos chamados Alimentos Funcionais em leites fermentados e em alguns iogurtes. Elas  aumentam de maneira significativa o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos, pelo aumento dos níveis de vitaminas do complexo B e aminoácidos, absorção de cálcio, ferro e magnésio (Rolfe, 2000; Coudray et al., 2005; Snelling, 2005).
A microbiota intestinal saudável é definida como aquela que conserva e promove o bem estar e a ausência de doenças, especialmente do trato gastrintestinal. Ela forma uma barreira contra os microorganismos invasores, potencializando os mecanismos de defesa do hospedeiro contra os patógenos, melhorando a imunidade intestinal pela aderência à mucosa e estimulando as respostas imunes locais. Além disso, ela também compete por combustíveis  intraluminais, prevenindo o estabelecimento das bactérias patogênicas.

Disbiose, um distúrbio cada vez mais considerado no diagnóstico de várias doenças, é  caracterizado por disfunção colônica, ocasionada pela alteração da microbiota intestinal, na qual ocorre predomínio das bactérias patogênicas sobre as bactérias benéficas. 
As principais causas desta alteração são o uso indiscriminado de antibióticos, que matam tanto as bactérias úteis como as nocivas; além de favorecem o crescimento de fungos, produzirem toxinas que irritam diretamente a barreira intestinal, aumentarem a permeabilidade intestinal, absorvendo as toxinas pela corrente sanguínea. Os antiinflamatórios hormonais e não-hormonais também alteram a flora intestinal, bem como o abuso de laxantes;  o consumo excessivo de alimentos processados em detrimento de alimentos crus; a excessiva exposição a toxinas ambientais; as doenças consumptivas, como câncer e síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS); as disfunções hepatopancreáticas; o estresse e a diverticulose (Silva LFG, 2006).
Existem outros fatores que levam ao estado de disbiose, como a idade, o tempo de trânsito e pH intestinal, a disponibilidade de material fermentável e o estado imunológico do hospedeiro (Carvalho G, 2006).

Assim, probióticos podem ser definidos como sendo microorganismos vivos que, se administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro (Sanders, 2003). Eles compreendem apenas um pequeno percentual da nossa microbiota, entre  1% a 13%.

Em geral, pode-se considerar efeito probiótico a utilização de um bilhão de unidades formadoras de colônias (UFC), variando a dose conforme o tipo de bactéria, a qualidade da preparação e o objetivo (Jelen, Lutz, 1998).

Os probióticos normalmente têm pouco tempo de vida e ação e, por isso mesmo, devem ser mantidos bem refrigerados. Ao serem ingeridos através dos alimentos, vão para o intestino e ali se somam à microbiota já existente, sem se fixarem, equilibrando-a e, com isso, auxiliam o trabalho de absorção dos nutrientes. Suas principais funções são:

Nutricional: Síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K participando de forma importante para o pool desta vitamina no organismo; Digestória: Síntese de enzimas digestivas. Regula o trânsito intestinal e a absorção dos nutrientes;

Cardiovascular: Tem um papel na normalização do colesterol e triglicerídeos plasmáticos;


Metabólica: As bactérias probióticas produzem ácidos graxos de cadeia curta, que são substrato metabólico para os colonócitos, promovendo, em condições ideais, 40-50% da energia requerida. Além disso, produzem enzimas que estimulam a expressão gênica do citocromo no fígado favorecendo a destoxificação hepática; evitam a ressíntese de hormônios já degradados e convertem muitos flavonóides às suas formas ativas. Algumas cepas produzem substâncias que, após absorvidas, provocam a redução da produção do colesterol. Auxiliam, ainda, na metabolização de medicamentos, hormônios, carcinógenos, metais tóxicos e outros xenobióticos;


Imunomoduladora: Essas bactérias são essências para o desenvolvimento e a maturação do sistema imune entérico e sistêmico. Produzem substâncias antimicrobianas que agem sobre uma vasta gama de microorganismos patogênicos, por tornarem o ambiente desfavorável ao seu crescimento e desenvolvimento. Previnem a adesão de patógenos através da competição por sítios receptores. Contribuem para a promoção da tolerância oral, mecanismo pelo qual nosso organismo passa a não reagir a determinados antígenos. Atuam na manutenção da barreira mucosa intestinal, assim como na produção de anticorpos. Reduzem a produção intestinal de citocinas pró-inflamatórias e aumentam a produção intestinal de citocinas anti-inflamatórias, (Paschoal V. et al., 2010).

INDICAÇÕES

1. Intolerância à lactose e a outros dissacarídeos

2. Diarréia

3. Doença inflamatória intestinal e outras situações gastroenterológicas

4. Síndrome do intestino irritável

5. Constipação intestinal

6. Dislipidemias

7. Alergias

8. Infecções

Matéria extraída da Monografia de Santos, A.C.A.L. Uso de probióticos na recuperação da flora intestinal. UERJ, 2010.

É importante que seu uso seja indicado pelo Nutricionista, pois o uso indiscriminado pode causar aumento de gases, desconforto abdominal e até mesmo diarréia.

"Bem estar e qualidade de vida: alimente essa idéia!"








O papel do Nutricionista na Equipe de Reabilitação e desenvolvimento neuropsicomotor

Ontem e hoje participei da IV Jornada de Reabilitação e Desenvolvimento Neuropsicomotor da UFRJ e VIII Jornada de Atenção integral ao desenvolvimento e reabilitação da SOPERJ na CCMN-UFRJ.
Eu e minha amiga Camila, Fisioterapeuta.

Foi uma experiência interessante entender a atuação dos outros profissionais dentro do processo de reabilitação, conhecer algumas técnicas e saberes. Neste contexto, refleti sobre o meu papel dentro desta equipe e quero compartilhar com vcs leitores!

Perfil dos pacientes


A prematuridade, a exposição intra-uterina a drogas (ex.: abuso de álcool e outras drogas pela mãe), eventos pré-natais e perinatais adversos (ex.: infecções congênitas, anóxia), a presença de uma enfermidade crônica, doenças genéticas, desnutrição, além de fatores ambientais e socioculturais, podem implicar em um maior risco de problemas e atrasos no desenvolvimento da criança.  


Papel da Equipe interdisciplinar

Inicialmente refleti sobre o trabalho em equipe que neste caso é essencial para recuperação clínica-cognitiva-motora-social dos pacientes. A prática e a integração de cada área do conhecimento (medicina, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, psicopedagogia, enfermagem) propicia um melhor aproveitamento do tratamento por parte do paciente e familiares.

Papel do Nutricionista

Dentro desta equipe reconheci que o papel do Nutricionista é promover a alimentação equilibrada para esses pacientes de forma viável através da educação nutricional e monitoramento contínuo do estado nutricional a fim de garantir a qualidade de vida, integração social, crescimento e desenvolvimento favoráveis. 
Destaca-se a avaliação nutricional que neste público é diferenciada, avaliar necessidade de suplementação de vitaminas e oligoelementos, oferta calórica  e de macronutrientes adequada (hipotonia x hipertonia) e monitoramento da evolução do estado nutricional através de curvas específicas de crescimento e perímetro cefálico, ganho de peso, exames bioquímicos, exame físico e história alimentar detalhada.


O que vocês acham?


Att,

Raquel Castro